Fernando Meligeni faz reflexão sobre Rio Open e Acapulco

O ex-tenista brasileiro e atual comentarista dos canais ESPN, Fernando Meligeni, compartilhou com seus seguidores no Instagram uma reflexão sobre tênis e as estrelas já consolidadas no circuito profissional.

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A reflexão do brasileiro surge em meio às críticas que torneios como Rio Open e ATP 500 de Acapulco, no México, têm ganhado em razão do "baixo ranking" dos atletas que têm chegado às fases finais.

No caso do torneio carioca, que terminou no último domingo com o argentino Sebastian Baez como primeiro bicampeão da história do torneio, algumas vozes das redes sociais criticaram a ausências de tenistas chamados top, que estão entre os 20 melhores do mundo. Para completar o tema, apenas o número 2 do mundo, o alemão Alexander Zverev, competiu entre os top 20 confirmados. O italiano Lorenzo Musetti chegou a estar na capital fluminense, mas uma lesão no ombro o impediu de competir. Já o dinamarquês Holger Rune sequer viajou ao Brasil e desistiu do evento por não ter se recuperado de uma gripe.

Com esta formatação, o torneio brasileiro ficou sem nenhum tenista chamado 'top' a partir das quartas de final.

A realidade, como lembra Meligeni em sua publicação, é parecida no ATP 500 de Acapulco, no México, que está sendo disputado esta semana. Com sete top 20 confirmados, o evento viu uma série de desistências em razão de diferentes problemas físicos e várias questões intestinais.

"Durante o Rio Open, vimos uma enxurrada de críticas porque a final foi “sem estrelas”. Na semana seguinte, em Acapulco — um torneio que investe milhões —, esperava-se que pelo menos um dos três top 10 e vários top 20 estivessem nas quartas de final. Mas não foi o que aconteceu. Quem chegou lá? Um top 30, um 40, um 60, um 80 e “até” um 300 do mundo, jogador local", escreveu Meligeni.

O torneio mexicano viu seu atual vice-campeão, o norueguês Casper Ruud, 5°, e o americano Tommy Paul, 10°, desistirem nesta quarta-feira, sem entrarem em quadra, em razão de uma virose estomacal. A mesma virose pegou o dinamarquês Holger Rune, que tentou jogar, mas aguentou apenas três games e também desistiu.

O ex-tenista corrobora que talvez quem tenha comprado ingressos para apenas ver os melhores do mundo a situação possa ser "estranha" e destaca: "Tanto eles (os tops) quanto vocês já foram piores ou menos conhecidos do que são hoje. E todos trabalham duro para vencer e chegar", escreveu.

"Aprendi na quadra que precisamos respeitar a todos — dentro e fora dela. Mas, ainda em 2025, a soberba humana insiste em achar que ser o número 100 ou 300 do mundo é ser “ruim”", seguiu ele lamentando: "Eu teria vergonha de pensar assim".

O Rio Open tem buscado trabalhar para trazer cada vez mais tenistas que estão entre os melhores do mundo, explicou o diretor da competição, Lui Carvalho. Em entrevista coletiva como balanço desta última edição, Carvalho pontuou que o torneio está mesmo pleiteando a mudança de piso para rápido com o objetivo de atrair cada vez mais atletas tops. A estratégia é adotada ao lado do ATP 250 de Santiago, no Chile, que tem o mesmo objetivo.

Na visão de Fino ver tenistas 'sem a grife' do topo, é uma oportunidade de testemunhar a evolução de cada atleta, além de ser apto a fazer parte de uma grande trajetória que ainda se desenhará. O comentarista então terminou a publicação com uma citação: "Aquele que critica o outro perde tempo olhando, quando poderia estar aprendendo e trabalhando mais duro.”

"Apesar das críticas que movimentaram as redes sociais, o Rio Open 2025 terminou sua educação recebendo público recorde, num dado oficial de 69.350 pessoas em nove dias de competição. Parte do sucesso é atenção do público se dá também por uma maior presença de brasileiros na chave principal e o fenômeno João Fonseca.

Ao todo, pontua a organização do evento carioca, R$ 170 milhões de reais circularam na economia do estado do Rio de Janeiro, com turismo e geração de cerca de 5 mil empregos direta e indiretamente.