Em uma longa reportagem, o jornal Sport Business Daily, apresenta as discussões que têm sido postas à mesa pelas associações de tênis profissionais (ATP e WTA) para a construção de um produto melhor para fãs e patrocinadores.
A reportagem ouviu pessoas da ATP e WTA, incluindo o presidente da associação feminina, Micky Lawler. Para ele, existe uma "relação de colaboração" e não uma fusão.
Levantamento do jornal, com dados divulgados de 2017, os circuitos feminino e masculino valem juntos US$ 251 milhões e um negócio deste tamanho levaria não apenas tempo de negociações internas como também a eliminação de contratos pré-existentes, tanto de patrocínios como direitos de transmissão.
Ex-diretor de torneios do circuito ATP, Bill Oakes foi ouvido pelo jornal e apontou que uma linguagem de comunicação equiparada fortaleceria os dois circuitos: "O conteúdo fica melhor quando tem os dois gêneros e acho que fica mais atraente para patrocinadores, portadores de ingressos, televisões e a mídia. Acho que seria benéfico para os dois lados.
O presidente do Tennis Channel dos Estados Unidos, Ken Solomon concorda. Ele viu sua audiência crescer 33% graças ao retorno do circuito WTA para sua transmissão. "É uma questão de sinergia. Nem um e nem o outro, eles são ótimos aliados", considerou.
A reportagem aponta que uma mesma linguagem, iniciando em redes sociais, distribuição de conteúdo próprio, sites e posteriormente transmissão de jogos, são o ponto de partida para o projeto do CEO da ATP, Andrea Gaudenzi, que assumiu o cargo após falar da parceria em sua explanação e de planos a longo prazo.
Segundo o jornal, Gaudenzi pretende utilizar a ATP Media, empresa que produz e redistribui as partidas do circuito masculino para unificar os produtos e fazê-lo crescer, em valor no mercado. O projeto do italiano é unir ATP, WTA e os torneios do Grand Slam num grande produto de mídia. Especialistas do mercado ouvidos pela reportagem garantem que com a união, o tênis pode não apenas "se tornar mais caro para quem o transmite e mais rentável para quem o faz" como também poderia ultrapassar a bolha de seu grupo de fãs e alcançar o mainstream.
A curto prazo, a unificação do produto "tênis" pode ser uma saída efetiva para os tempos de mercado mais em baixa. A crise da COVID-19 mostrou às duas associações que o valor de direitos de transmissão são baixos, tanto que a maioria de seus torneios, principalmente os pequenos, não conseguem viabilizar sua realização sem a presença de público comprando ingressos.
Vale ressaltar que os torneios do Grand Slam, cada um, tem autonomia para produzir e vender suas transmissões, alheios aos circuitos profissionais.
Ainda sobre uma futura fusão, que já foi abortada em 2008 pela própria ATP por não aceitar premiação igual para homens e mulheres, o principal entrave administrativo são os contratos já efetivados de transmissão. A ATP tem 75 parceiros televisivos em 225 países, enquanto a WTA possuí 30 parceiros, mas está em meio de um contrato com 10 anos de duração que dá ao grupo Dazn todos os seus torneios. Outro problema é que tanto ATP quanto WTA são marcas independentes e consolidadas no mercado global.
Para ler o artigo em inglês na íntegra, acesse: Sport Business Daily.