Por Ariane Ferreira - Entrando de vez no circuito profissional após se formar na universidade, a brasiliense Luiza Fullana, 574ª do mundo, recebeu sua primeira convocação para representar o Brasil na Billie Jean King Cup e não podia estar mais orgulhosa. Crédito: Luiz Candido/CBT
O ano de 2024 é bastante especial na vida da jovem de 23 anos, que foi três vezes campeã da Conferência 'Big South' da disputa do circuito universitário norte-americano (NCAA) representando a universidade de Charleston Southern. Nesta temporada, Fullana fechou o ano com seu melhor ranking e ainda conquistou em agosto seu primeiro título profissional no ITF W35 de São Paulo.
Após o sorteio da Billie Jean King Cup a brasiliense conversou com o Tênis News e, focada no que ainda quer construir, mostrou-se muito orgulhosa e feliz pelas recentes conquistas.
Durante a entrevista coletiva, 'Luh', como gosta de ser chamada, contou aos jornalistas que não tinha expectativas de fazer parte de uma competição por equipes tão cedo e que teria isso mais adiante. "Eu não esperava, por isso estou muito feliz de poder representar o Brasil".
Ao Tênis News, Fullana revelou como recebeu a notícia e como se sentiu: "Eu estava malhando e assim, o (Luiz) Peniza [Capitão brasileiro] é muito próximo do meu treinador de Brasília. Então eu às vezes falo com ele, a gente tem esse contato. E aí ele me mandou mensagem: 'Oi Lu, tudo bem? Posso te ligar? Não sei quê'. Eu achei normal não, não pensei nada demais. E aí quando ele me ligou e perguntou se eu queria fazer parte da equipe .. eu.. meu Deus, surtei de felicidade, porque realmente é um sonho né? Quem que não quer representar o seu país Então foi foi muito emocionante", contou.
"Foi tão emocionante que assim que eu desliguei o telefone eu liguei para os seus pais gritando ninguém nem entendia o que que eu estava falando, mas muito feliz, muito agradecida e espero que seja a primeira de muitas vezes", completou.
Eleita a melhor jogadora da liga sul da NCAA em 2023, Luiza Fullana contou quais aprendizados e experiências levará para o tênis profissional e sua vida após a universidade: "Pra mim, o College foi a melhor escolha da minha vida. Acho que por eu ter começado o tênis tão tarde né ? Com 12 anos. Eu precisava dessa experiência de jogar com meninas com estilos de jogos diferentes.. uma baloeira, uma menina que bate mais, então, realmente eu acho que o College me deu isso, me deu essa carga que eu precisava".
"Além disso, eu acho que eu cresci muito como pessoa também né? Eu aprendi a ser mais organizada, aprender organizar os meus dias melhor, aprendi a lidar com todo tipo de pessoa, porque você nunca sabe quem vai fazer parte do seu time. Você nunca sabe o que que vai aparecer então, realmente acho que o College foi uma das melhores escolhas que eu fiz", completou.
Ao ser questionada do que ganhou tecnicamente em sua experiência na equipe da Charleston Southern, a jogadora pontuou: "Eu acho que o college me ajudou um pouco com essa coisa de me impor mais na quadra. De fazer o um jogo mais agressivo, porque querendo ou não lá a gente joga na quadra rápido, então acho que isso me ajudou bastante, principalmente ela transição para rede. Isso foi uma coisa que fez "muita" diferença no meu jogo. E na verdade a gente foi uma coisa principal nessa coisa tática né? De realmente querer ser mais agressiva querer ir com o meu jogo e terminar o ponto na rede".
Em sua primeira experiência defendendo o Brasil, Luiza Fullana tem uma grande oportunidade de trocar figurinhas e aprender com as melhores do país, a 17ª do mundo, Bia Haddad e a medalhista de bronze em Tóquio, Laura Pigossi. A tenista de Brasília contou o que tem aprendido.
"Eu acho que é de se admirar o profissionalismo delas. Todas elas são muito profissionais. Estão sempre fazendo o que tem que fazer fora da quadra bem, que é se alimentar bem, se preparar bem, se alongar bem, fazer a fisio bem... então acho que isso é muito importante a gente observar e aprender para fazer também. Até porque se a gente quer chegar lá e tem que fazer como tal", confessou.
Peguntada sobre qual adversária da equipe argentina escolheria para enfrentar na Billie Jean King Cup, Fullana não titubeou: "Eu escolheria a Solana Sierra. Eu perdi contra ela no terceiro set uma vez [Partida válida pela 2ª rodada do ITF de Vacaria (RS) em dezembro de 2023] e estou com sangue nos olhos por essa revanche", disse rindo.
Fullana jogará em 2025 sua segunda temporada cheia no circuito profissional e falou um pouco sobre o que espera e o que tem planejado, a tenista contou: "Eu ainda não tenho ideia do meu calendário, mas a ideia é começar a jogar os torneios um pouco maiores, já que agora eu atingi um ranking um pouco legal. Então é isso, acho que é evoluir mesmo, já com meninas mais fortes, entrar em torneios mais fortes e realmente me atacar e dar o meu melhor".
Luiz Fullana também comentou o projeto da Confederação Brasileira de Tênis (CBT) que tem organizado mais torneios em nível ITF no feminino e foi questionada se essa é uma oportunidade para tenistas como ela, em busca de melhoria de ranking.
"Eu acho que trabalho com a CBT tem feito em colocar os vários torneios no Brasil durante o ano. Isso ajuda muito as brasileiras, tanto que o torneio que eu ganhei, o 35 mil, eu estava como wild card (convidada). Então é muito importante esse torneio para as brasileiras para a gente conseguir pontos e realmente conseguir avançar no ranking. E em qualquer oportunidade que a gente vai dividir para o Brasil eu quero vir. Eu espero que eu possa vir e jogar e que seja bom para mim", finalizou ela sorrindo.