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Só tive uma aula de tênis, revela Thomaz Koch

Domingo, 10 de novembro 2024 às 11:08:54 AMT

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Tênis Profissional

Por Fabrízio Gallas, com ajuda de Pedro Melo - Um dos maiores nomes do tênis brasileiro, Thomaz Koch admitiu que só fez uma aula de tênis quando ainda era criança. A entrevista foi concedida durante a 38ª edição do Bordaza Shopping Seniors Internacional de Tênis de Porto Alegre, realizada na Associação Leopoldina Juvenil, ao lado do jornalista Luiz Fernandes.



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"Eu nunca fiz aula de tênis, talvez uma. Eu me enrolei. Eu tinha o tamanho da rede com cinco anos. Na aula tinha pelo menos umas vinte, trinta pessoas, todas fazendo o movimento do saque, destro e eu canhoto. Quando fui imitar o pessoal fazendo o saque, meu braço começou a tirar, não conseguia, não entendia, não havia nenhum outro canhoto. Foi essa minha aula de entrada e despedida. Aprendi mais vendo o pessoal jogar e também muito seguindo meu irmão oito anos mais velho que foi campeão Brasileiro de idade, jogou campeonatos juvenis na época do Pedro Bueno, irmão da Maria Esther, Lelé Fernandes. Eu era fã e aprendi mais observando os jogadores. Acho estranho até hoje em dia, não conheço ninguém que não tenha tido um professor. Eu nunca tive técnico, sempre fui sozinho pra vida", afirmou.

Copa Davis

Koch também lembrou de grandes momentos na Associação Leopoldina Juvenil. O maior deles foi na semifinal da Copa Davis de 1966, quando o Brasil ganhou dos Estados Unidos por 3 a 2. Após a vitória no último jogo, os brasileiros até desfilaram em carreata pelas ruas de Porto Alegre.

"Aqui no Leopoldina foram vários momentos importantes de Copa Davis, a mais famosa contra os americanos em 1966 foi até interessante, era a época de [Arthur] Ashe e [Dennis] Ralston, uma semana antes jogamos em Buenos Aires, eu ganhei do Ashe e perdi do Richey e o Mandarino também perdeu do Richey, ele ganhou o torneio de lá. O capitão não teve como não escalar o Richey e depois insinuavam que tinhamos amolecido pro Richey para forçar a escalação dele, isso é tudo uma viagem. Nós jogavamos sempre para ganhar. E nós dois vencemos o Richey naquela Davis. Eu conhecia tudo aqui, inclusive ficava esperando meu jogo na casa dos meus pais aqui em frente. Pelo auto-falante sabia o que tava acontecendo. Para não ficar no buxixo, ficava lá onde eu morava que é na frente do clube, meu irmão morou lá até o ano passado", contou.

Segundo Koch, os norte-americanos não queriam jogar em Porto Alegre. "Primeira vez como mandantes jogamos contra os EUA aqui em Porto Alegre, até então não tinhamos jogado em casa. Como ganhamos a zona europeia, nós enfrentaríamos o vencedor da zona americana. Os americanos não queriam jogar aqui. Até hoje me falam daquele jogo".

O que significa o tênis para Thomaz Koch

Thomaz Koch iniciou a carreira em 1960, quando o tênis era amador, e acompanhou de perto a transição para a Era Aberta. Na primeira vez que disputou Grand Slam, os tenistas ainda eram divididos entre amadores e profissionais.

"Eu comecei na época amadora, época de transição, tênis marrom que se chamava, que recebia uma grana por baixo dos panos, era pouca coisa, mas as pessoas se mantinham. Depois veio a época semi-profissional e o profissional que entrou em 1968 que foi o primeiro Grand Slam em Roland Garros com os profissionais e amadores. Eu fui como amador. Os profissionais na época eram Pancho Gonzalez, Rod Laver, Ken Rosewall e Andrés Gimeno. Cheguei nas quartas de final, eram dois amadores e seis profissionais. Eu e o Ion Tiriac de amadores. Eu perdi do Rosewall em quatro sets e o Tiriac do Laver duríssimo. Eles fizeram a final e o Rosewall foi campeão. No ano seguinte o Laver volta a jogar e vence os quatro Slams", disse.

Frustração na carreira

Durante a carreira, Koch não teve a oportunidade de disputar uma Olimpíada. O tênis ficou fora do calendário olímpico entre 1928 e 1980. Mas em 1968, na Cidade do México, a modalidade foi como exibição.

"Hoje em dia se dá muito valor para a Olimpíada, Steffi Graf ganhou o Golden Slam. Uma de minhas frustrações foi não ter jogado uma Olimpíada, não tinha tênis, não consideravam o tênis suficientemente amador, teve um ano no México que o tênis foi como exibição, me convidaram. Se soubesse que seria minha única chance eu teria ido é claro", afirmou.

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