Federer recorda detalhes de sua aposentadoria e que temia por Nadal

O suíço Roger Federer, ex-número 1 do mundo e dono de 20 títulos do Grand Slam, concedeu uma entrevista a edição deste domingo do jornal espanhol EL País para falar de sua série documental: 'Federer, os últimos 12 dias'.

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Durante a entrevista, Federer comentou quão especial foi sua despedida em Londres e revelou: "É como se você estivesse em algum tipo de funeral da sua própria vida. É uma sensação muito estranha, para ser sincero. Você está completamente alerta e experimenta um grande desfoque em câmera lenta de tudo o que está acontecendo".

Por esta questão ele decidiu que registrar em vídeo os momentos próximos a essa aposentadoria seria interessante: "Por isso convenci a mim mesmo, minha equipe e a todos que talvez valesse a pena mostrar esse material, porque foi algo tão especial, tão único e tão doloroso, e ao mesmo tempo tão bom, que os fãs poderiam se interessar".

O suíço foi questionado se tem uma cópia da icônica foto em que está sentado ao lado de seu grande rival, Rafael Nadal, e ambos choram na cerimônia de despedida: "Eu a tenho em casa emoldurada num espaço onde tenho algumas imagens da minha carreira. Não quero fotos em todos os lugares, então as coloco em uma área específica. E quando passo por ele, sempre me chama a atenção porque reflete a nossa camaradagem, a nossa amizade e também a nossa rivalidade, tudo numa só imagem. É um momento em que ambos pudemos refletir sobre tudo o que acabamos de viver, relembrando a nossa carreira e a sorte que tivemos por sermos tenistas, por termos conseguido transformar o nosso hobby numa profissão de sonho".

Questionado sobre sua relação com seus maiores rivais e a decisão de compartilhar o fim de sua carreira com eles, Federer pontuou: "Acho que o que realmente conecta todos nós, inclusive Andy, é o fato de termos nos tornado pais, além de todos os jogos que disputamos e da rivalidade. Nesse sentido temos muito em comum e para conversar. Novak tem dois filhos, Andy quatro e Rafa estava perto de ter o primeiro. Foi lindo poder vivenciar tudo em família”.

Por conta do histórico de lesões e estilo de jogo, Federer confessa que ver Rafael Nadal jogando aos 38 anos é um surpresa boa: "Eu estava preocupado que Nadal pudesse desistir (da carreira) antes de mim. Havia sinais que nos faziam sentir que o Rafa não estava bem e que não iria durar tanto", confessou.