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Ljubicic afirma que se Federer estivesse saudável, ainda estaria ganhando

Quarta, 19 de julho 2023 às 21:26:00 AMT

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Tênis Profissional

Ivan Ljubicic, ex-treinador de Roger Federer, concedeu entrevista ao jornal suíço Tages Anzeiger e comentou sobre os últimos anos do suíço e o que ele poderia estar fazendo se estivesse saudável.



"Quando ele me contratou, seu objetivo era muito simples: ganhar um Grand Slam novamente. Não sabíamos se seria possível. A forma como ele venceu o Rafa na final, depois de quebrar no quinto set, não dá para superar. É o Monte Everest. Aproveitou para vencer Indian Wells e Miami ou Wimbledon sem perder um set, o Aberto da Austrália novamente em 2018 ou recuperar o número 1. Ele surfou na onda. Houve fases naquela época em que pensei que não poderia perder", disse Ljubicic sobre o começo do trabalho com o suíço.

"Em nosso segundo torneio, ele rompeu o menisco. Os joelhos sempre nos deram problemas. Primeiro foi o esquerdo, depois o direito. Ele espremeu o limão ao máximo. Fiquei impressionado com a forma como ele lutou e passou horas e horas naqueles exercícios tediosos. Trabalhava cinco horas por dia, sabendo que só mais tarde poderia voltar às quadras. Mentalmente tem que estar muito forte para isso, porque ninguém lhe garantiu que voltaria a jogar. Ele acreditou até o último momento".

Ljubicic foi enfático sobre o suíço: "Se não tivesse se machucado, Roger teria continuado a jogar e estaria ganhando. É como Rafael. Não sei se o Rafa não vai voltar, mas eles amam tanto esse esporte que continuariam jogando enquanto pudessem. Até que seu corpo diga o suficiente. Sua carreira não poderia ter terminado de outra forma."

"Nunca vi o tênis como um trabalho. Nunca vi ninguém com aquela vontade de pegar uma raquete. Mesmo nas férias, ele sempre quis jogar."

Ivan comentou sobre a amizade de Roger com Nadal: "No início, eles só tinham respeito um pelo outro. Com o tempo, eles perceberam que haviam compartilhado muitos momentos especiais. Se o Rafa ligasse para o Roger para pedir alguma coisa amanhã, ele o faria na hora. E vice-versa."

"As pessoas realmente não sabem o quanto ele trabalhou duro durante o tempo em que esteve comigo. Ele nunca me disse que não queria fazer algo, pelo contrário, queria mais. Você não pode conseguir tudo o que ele tem sem muito trabalho. Um dia, em Dubai, ele estava trabalhando de 5 a 6 horas seguidas com Pierre Paganini na quadra. Fizemos uma partida de cinco sets com o Pouille e depois continuamos trabalhando mais. Isso foi no final de 2016."

Ljubicic comentou o quanto aprendeu com Federer: "Talvez eu tenha aprendido mais com ele do que ele comigo. Entrei em uma dimensão que não conhecia. Ser o número 1 e ganhar Grand Slams e tudo o que isso implica. Foi uma experiência incrível. Se você não experimentar por si mesmo, não será capaz de entendê-lo."

Ivan disse ainda que a dimensão de Federer nunca será alcançada: "Ninguém poderá chegar perto, nem remotamente, do que Federer deu a este esporte. Ele recebeu o prêmio de tenista mais amado por 19 anos consecutivos e ganhou o prêmio de esportividade 13 vezes. Não acho que haja alguém em qualquer outro esporte que tenha sido tão amado e influenciado tantos outros quanto ele."

Sobre a comparação de melhor de todos, Ivan disse: "Posso não ser objetivo nisso. Para mim, o melhor é aquele que teve maior impacto em seu esporte. Novak é o mais bem-sucedido. Tem todas as estatísticas, mas há uma diferença entre ser o maior e o mais bem-sucedido. Michael Jordan não foi o de maior sucesso, mas todos o consideram o maior por sua influência no esporte. Nem todos nós temos que concordar. O que Novak fez não obscurece o que Roger fez"

Ljubicic não vê Federer como treinador no futuro: "Não consigo imaginá-lo como treinador. Eu o vejo mais como um mentor. Ele adora ajudar, mas não o vejo querendo assumir o compromisso que exige ser treinador. Ele gosta de fazer muitas coisas".

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